Corre, corre. Não pára, não olha, não abranda. Este és tu. Esta sou eu. Este é o mundo.
Somos todos atletas, queremos todos uma medalha, um lugar no pódio. Os nossos treinos diários envolvem quedas, envolvem sangue, envolvem lágrimas de suor que o esforço espremeu. Vemos a meta, ao longe, e sprintamos. Mas, ironicamente, ela parece tremer cada vez mais longe. Começamos a sentirmo-nos fracos, sedentos, famintos da vitória que nos tínhamos prometido a nós mesmos...e nada nos impede de continuar. Estamos na pista para vencer e morreremos a tentar. Surdos, semi-cegos e mudos, corremos.
Não paramos. Não, não olhamos. E por não abrandarmos não nos damos conta de que os outros atletas ficaram para trás. Desistiram, caíram. Alguns ainda nos tentam acompanhar, acabando por desistir. E então morre o jogo. Sem adversários deixa de haver competição. Sem competição, o prémio deixa de ter sentido. Sem prémio, deixamo-nos desmaiar no chão e ficamos na demência.
Com sorte, alguém que nunca deixou de nos seguir chama uma ambulância.
Somos todos atletas, queremos todos uma medalha, um lugar no pódio. Os nossos treinos diários envolvem quedas, envolvem sangue, envolvem lágrimas de suor que o esforço espremeu. Vemos a meta, ao longe, e sprintamos. Mas, ironicamente, ela parece tremer cada vez mais longe. Começamos a sentirmo-nos fracos, sedentos, famintos da vitória que nos tínhamos prometido a nós mesmos...e nada nos impede de continuar. Estamos na pista para vencer e morreremos a tentar. Surdos, semi-cegos e mudos, corremos.
Não paramos. Não, não olhamos. E por não abrandarmos não nos damos conta de que os outros atletas ficaram para trás. Desistiram, caíram. Alguns ainda nos tentam acompanhar, acabando por desistir. E então morre o jogo. Sem adversários deixa de haver competição. Sem competição, o prémio deixa de ter sentido. Sem prémio, deixamo-nos desmaiar no chão e ficamos na demência.
Com sorte, alguém que nunca deixou de nos seguir chama uma ambulância.
1 comentário:
Muito obrigado Maria. Ainda não me tinha apresentado.. Ivan, o prazer é meu.
O teu texto está pleno de sentido e oportunidade. Uma ode à vida que devia premiar os lutadores, os tenazes em prejuízo dos parasitas que vivem ou à custa de terceiros ou à custa de meios pouco lícitos. Gostei muito.
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