4.6.09

...8,9,10. Aqui vou eu!


Perdi a minha infância a jogar às escondidas. Eu era boa, era mesmo. Sabia sempre os melhores esconderijos. Encolhia-me num recôndito qualquer, de joelhos ao peito e respirava baixinho. "Inêeeeeees?". A Inês não está cá. Está no mundo dela, a ouvir um arco-íris sussurrar-lhe memórias pueris. "Só falta a Inês. Onde está a Inês?". Eu ria-me, debaixo do lava-louça.
Um dia fartei-me. Apercebi-me de que queria jogos de meninas grandes e que as escondidas era para gente miúda. Cortei as tranças.
Hoje dava tudo para ainda caber debaixo do lava-louça. Dava tudo para ainda ter idade para jogar às escondidas. Dava tudo para voltar a ser criança. Preciso tanto de um buraco apertado onde me encolher (caramba, já não caibo em lado nenhum). Maldita a hora em que deixei de ser menina. Tenho saudades do bibe amarelo.

Como era? 1,2,3 Inês não salva ninguém?