tag:blogger.com,1999:blog-80100453223259108762024-03-13T19:46:15.987-07:00Meia de leite"Doem-me a cabeça e o Universo..."Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-49823031273623833172010-02-28T04:23:00.000-08:002010-02-28T04:51:50.537-08:00É domingo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://th06.deviantart.net/images/300W/large/photography/photoportrait/Family_Portrait_Feet.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 190px;" src="http://th06.deviantart.net/images/300W/large/photography/photoportrait/Family_Portrait_Feet.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br />Aos domingos gosto de acordar cedo, pouco depois do despertar da aurora. Puxo a roupa da cama até ao nariz e deixo-me ficar deitada durante uns minutos secos, ocos. Um feixe de luz pálida atravessa a fina friesta entre os cortinados. Timidamente, vai avançando na madeira até atingir a zona do cobertor por cima dos meus pés.<br />Acabo por me levantar. Caminho no meu pijama cor-de-rosa de flanela, muito lentamente. A casa também está agora a acordar: solta pequenos suspiros de dor em sincronia com os meus passos. Lembro-me então de quando era pequena e gostava de terminar aqueles minutos de preguiça matinal na cama dos meus pais. Abria com muito cuidado a porta, em bicos-dos-pés (agora ela parece-me tão pequena), mas acabava sempre por ser denunciada pelo seu chiar agudo. A minha mãe, sempre de sono leve, abria instantaneamente os olhos e sorria. Voltava a fechá-los para depois se chegar mais para a pontinha da cama, criando assim um pequeno nicho entre ela e o meu pai, para onde eu subia. Mais tarde, o meu irmão descobriu esta minha estratégia dominical e passou a fazer o mesmo. Tornou-se uma rotina. Os quatro na cama, aos domingos de manhã. Quando já não havia mais sono, alguém mencionava as palavras mágicas "pequeno-almoço". E como eu adorava os pequenos-almoços de domingo...eram os únicos em que havia tempo para saborear torradas exageradamente lambidas de manteiga, que o meu pai fazia enquanto contava anedotas.<br />Não me lembro da última vez em que estivemos todos juntos na cama, ao domingo. Sinto, subitamente, uma vontade enorme de abrir a porta do quarto dos meus pais e de ocupar o espaço na cama entre eles. Em vez disso, desço para a cozinha e faço as minhas próprias torradas. Sem anedotas. Quase sem manteiga. Como-as. Sozinha.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-5687274083236084492010-02-01T14:48:00.000-08:002010-02-01T15:11:41.939-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/S2dfG1QQIYI/AAAAAAAAAOE/-ipLN5wUXUM/s1600-h/bemmequer.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 237px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/S2dfG1QQIYI/AAAAAAAAAOE/-ipLN5wUXUM/s320/bemmequer.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5433416046424891778" border="0" /></a><br /><span style="font-style: italic;"><br />Mal-me-quer? Bem-me-quer?</span><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">Muito.</span> <span style="font-style: italic;">Pouco.</span> <span style="font-style: italic;">Nada.</span><br /><br />Tombam pétalas no chão, à medida que vou despindo as flores, uma a uma, tão fria e cruelmente. <span style="font-style: italic;">"</span><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Lembra-me a torneira do lava-loiças lá de casa, que pingava lágrimas custosas que não queriam cair logo...rodeavam o bico primeiro, hesitando, até acederem num desgosto pesado. De minuto a minuto uma melancolia transparente achatava-se no ralo</span></span>..."<br /><br /><span style="font-style: italic;">Mal-me-quer</span>.<br /><br />Atiro a enésima flor para o chão. Apetece-me arrancar os cabelos como se fossem pétalas. <span style="font-size:78%;">Mas porque é que eu insisto?</span><br />"Só mais uma vez", murmuro-me. Pego numa última flor. <span style="font-size:78%;">A mais bonita do jardim.</span> Repito o procedimento, desta vez delicadamente, tornando numa carícia cada gesto meu. Tombam, de novo, pétalas no chão.<br /><span style="font-style: italic;"><br />Bem-me-quer</span>.<br /><br />Beijo-a <span style="font-size:78%;">(-te)</span>. Guardo-a<span style="font-size:78%;"> (-te)</span> no bolso. A minha flor.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-83137172069649016162009-12-16T08:20:00.000-08:002009-12-17T14:43:01.871-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SykUiQbnxWI/AAAAAAAAAN8/ZeUzIBRT9Kc/s1600-h/friends-3_662_1024x768.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 210px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SykUiQbnxWI/AAAAAAAAAN8/ZeUzIBRT9Kc/s320/friends-3_662_1024x768.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5415882605648659810" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Sou eu e tu. São eles. São eles connosco. São vocês comigo. Sou eu, tu, ele, ela... Somos nós. Grandes, enormes, gigantes. Perfeitos.<br />Não temos grande passado. Talvez nem tenhamos futuro. Mas o presente é nosso. É meu e do teu sorriso, meu e do cheiro dela, meu e do colo dele, meu e das vossas mãos, braços, pernas. Meu e vosso. Meu e nosso.<br />Não sei o que somos...Se somos o sol da madrugada ou a ténue luz fria da noite. Se somos a música ou a dança. O vermelho ou o branco. O vento de Outono ou o orvalho de Primavera. Sei que somos. Sou eu e tu. São eles. São eles connosco. São vocês comigo. Sou eu, tu, ele, ela... Somos nós.<br />Vivo no vosso conto de fadas. Vivem no meu. São o que mais importa. São a única coisa que importa. São o "felizes para sempre", mesmo que o sempre não nos pertença. Somos como somos. Somos assim. Grandes, enormes, gigantes. Perfeitos.</div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-5355873201598474142009-11-30T15:24:00.000-08:002009-11-30T16:01:22.538-08:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SxRcxw8JclI/AAAAAAAAAN0/xFQwrSAV4-I/s1600/785f84a1e079857e2598d2eeba90f4c8.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 300px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SxRcxw8JclI/AAAAAAAAAN0/xFQwrSAV4-I/s320/785f84a1e079857e2598d2eeba90f4c8.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5410051062399332946" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">"Pára tempo, pára (97). Pára tempo, pára (98). Pára tempo, pára (99)."</span> murmuro eu na noite escura, embrulhada em mim mesma e na minha podridão de vida. Mais uma lágrima. A outra entretanto secou. <span style="font-style: italic;">"Pára. Pára.(100)"</span> Agarro os joelhos firmemente contra o peito e seco os olhos na flanela do pijama. <span style="font-style: italic;">"Por favor".</span><br /><br />E o tempo parou.<br /><br />Certifico-me de que tudo está quieto. Está mesmo tudo quieto. Todo e qualquer movimento cessou, todas as expressões se congelaram, como numa fotografia a dimensões reais. Então, descalça pelas ruas imóveis, passeio o meu corpo doente. Não em vão, não. Não vagueio sem destino. Sei exactamente onde me levam os meus passos.<br />É ver-te assim imóvel que me cura. Exploro cada traço do teu rosto com a ponta dos dedos, primeiro, e depois com os lábios. Num ímpeto de algo que não sei se é raiva se é paixão, arranco-te as roupas do corpo hirto. Choro (eu choro muito). Sinto repulsa de mim própria. Volto a vestir-te, componho o teu cabelo entretanto desalinhado e beijo-te a testa, agora sem paixão, agora sem desejo. <span style="font-style: italic;">"Adeus, meu amor"</span>.<br /><br />Recuo e o tempo avança.<br /><br />Estou onde sempre estive<span style="font-style: italic;">"Pára tempo, pára (101). Pára tempo, pára (102)."</span> Podia ficar nisto a noite toda. Mas o tempo não pára. Nem eu. Nem tu.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-77657484779937677232009-11-09T15:28:00.000-08:002009-11-09T15:31:40.594-08:00<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SvimLkLQA9I/AAAAAAAAANc/jVStFKPKKz4/s1600-h/Pills_by_Ms_T.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 214px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SvimLkLQA9I/AAAAAAAAANc/jVStFKPKKz4/s320/Pills_by_Ms_T.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5402250470650545106" border="0" /></a><span style="font-size:180%;">"I'm not taking my pills today"</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-83898594413220507242009-09-30T15:49:00.000-07:002009-09-30T16:14:16.071-07:00Pirilampos e goludices<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SsPmQAVbjAI/AAAAAAAAAM8/02MItTZxwFA/s1600-h/child__s_revenge_by_little_me_starfire.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 234px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SsPmQAVbjAI/AAAAAAAAAM8/02MItTZxwFA/s320/child__s_revenge_by_little_me_starfire.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5387402741907426306" border="0" /></a><br /><br />Quando for grande quero ser criança.<br /><div style="text-align: justify;">Quero fazer uma birra à porta de casa. Quero juntar pirilampos numa caixa de fósforos para o caso de não haver electricidade. Quero que os tios dos primos dos maridos das minhas avós, alguns de risca do cabelo na orelha, alguns de bigode, alguns de boquilha, olhem para mim com um olhar surdo e perguntem "Que idade tens tu já?". Quero rapar o tacho do arroz doce com o indicador vagaroso. Quero mostrar às meninas lá da escola que já sei fazer nós nos cordeis das sapatilhas. Quero apoiar a abolição permanente da sopa às refeições, substituindo-a por arroz doce. Quero que falte a luz para eu libertar os pirilampos, introduzindo na escuridão uma fosforescência salvadora. Quero que os tios dos primos dos maridos das minhas avós, alguns de risca do cabelo na orelha, alguns de bigode, alguns de boquilha, arregalem os olhos quando eu disser que já tenho quase 7 anos e meio. Quero esperar meia hora na fila do baloiço, só para me balançar nele por 10 segundos. Quero irritar o meu pai de propósito, num dia de peixe cozido ao jantar, só para que ele me diga "Vais para a cama sem comer".Quero fazer as pazes com ele com um medo terrível que me proíba também de comer a sobremesa.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-90792415294899323732009-09-28T13:57:00.000-07:002009-09-28T14:04:14.075-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SsEkx5OR-4I/AAAAAAAAAM0/Kn2jUDNylhs/s1600-h/dying_dream_by_mr_twingo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SsEkx5OR-4I/AAAAAAAAAM0/Kn2jUDNylhs/s320/dying_dream_by_mr_twingo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5386627068904733570" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify; font-style: italic;"><br />Toda a vida é um sonho. Ninguém sabe o que faz, ninguém sabe o que sabe. Dormimos a vida, eternas crianças do Destino. Por isso sinto, se penso com esta sensação, uma ternura informe por toda a humanidade infantil, por toda a vida social dormente, por todos, por tudo.<br /><br /><div style="text-align: right;"><span style="font-size:78%;">Livro do Desassossego</span><br /></div></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-88313369555688186672009-09-21T15:41:00.000-07:002009-09-21T16:03:47.694-07:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SrgF0mN8CBI/AAAAAAAAAMk/4tu0zUIA97w/s1600-h/I_Fight_Like_a_Girl_2_by_olkie.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 241px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SrgF0mN8CBI/AAAAAAAAAMk/4tu0zUIA97w/s320/I_Fight_Like_a_Girl_2_by_olkie.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384059755691771922" border="0" /></a><span style="font-size:78%;"><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:78%;">Vem quase nua, rasgada de dor. Traz uma cruz de sangue no peito. Sem poder mais carregar o corpo, cai de joelhos no chão. Arranca do chão um pedaço de terra seca, seca como as suas lágrimas, seca como o seu coração. Enfia-a na boca, como se se empanturrasse do algo que lhe falta no estômago. Grita, com toda a sua voz e com todas aquelas que não lhe pertencem, um grito mudo. .. Está só?</span><br /><br /><span style="font-size:130%;">Há mulheres que lutam todos os dias.</span><br /><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-78452807440456038072009-09-08T06:31:00.000-07:002009-09-08T06:44:50.095-07:00O fado nosso de cada dia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SqZflBw0IJI/AAAAAAAAALs/bGdJPrvHk6w/s1600-h/Music_by_firarifunda.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 305px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SqZflBw0IJI/AAAAAAAAALs/bGdJPrvHk6w/s320/Music_by_firarifunda.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5379091894673612946" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Chiu...Está a dar música no meu peito. Ouço o seu eco na minha mente semi-vaga. O silêncio é a minha inspiração. O escuro, a minha pauta. Sou a maestrina e marco o compasso vigorosamente dando sacudidelas no ar pesado. Entram agora os violoncelos que choram notas graves. O piano repete a melodia de base <span style="font-style: italic;">éne</span> vezes à medida que os dedos finos e compridos deslizam pelo preto e branco.<br />Estão a tocar-te, ouves?. O contrabaixo marca os teus passos, os violinos desenham os teus cabelos. Ah, o clarinete...os teus olhos-de-avelã. O flautim guincha pelos teus lábios doces (eu decorei-lhes o sabor) e tudo se cala quando chega a tua voz de solista.<br />És a mais bela das óperas. Ou serás fado? És fado. Posso acompanhar-te? Prometo ser afinada. Dá-me um lá. Dá-me a mão. E agora silêncio que se vai cantar o fado.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-2959626556751984392009-07-22T07:41:00.000-07:002009-07-22T12:08:57.547-07:00Serve-se quente<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Smcsq9DRMZI/AAAAAAAAALY/a5Ajf7v7-5U/s1600-h/coffee__lips_and_cigarette_by_monstermagnet.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 276px; height: 320px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Smcsq9DRMZI/AAAAAAAAALY/a5Ajf7v7-5U/s320/coffee__lips_and_cigarette_by_monstermagnet.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5361302997862265234" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br />No fundo da minha rua há um café em tons escarlate onde as pessoas entram num passo apressado como a vida, olhos postos no chão. Sentam-se para beberem um café social ou embaciam as vitrines do balcão enquanto esperam pelo pão quente da última fornada. O murmúrio de fundo, o fumo dos cigarros, o bater dos pratos nas mesas ensurdecem-me o espírito. Os meus ouvidos ainda são capazes de captar, aqui e além, conversas alheias. <span style="font-size:100%;">O casal à direita discute quem é culpado pela má educação do filho mais novo. À esquerda, dois rapazes magramente feios, de olhar mórbido, falam (alto demais) de droga. Ao longe, uma miúda com voz de verniz estalado grita com a infeliz que tem ar de sua mãe.</span><br /><span style="font-style: italic;">"Para mim é uma meia de leite. Directa, por favor"</span>. A mistura rica do cheiro do café com o do leite embebeda-me. Fecho os olhos para melhor beber este momento só meu. Tornou-se uma rotina, uma necessidade, uma...sequência: <span style="font-size:85%;">mexe-prova-saboreia-pousa</span>. Entrou um vendedor de totoloto, cego. O cheiro do seu pobre viver chega-me às narinas, mas o odor do café é mais forte. <span style="font-size:85%;">Mexe-prova-saboreia-pousa</span>. Uma criança chora à entrada por uma caixa de pastilhas de morango. <span style="font-size:85%;">Mexe-prova-saboreia-pousa.</span> Outras rotinas se dão. Uns ficam, outros saiem, alguns entram num passo apressado como a vida, olhos postos no chão.<br /><span style="font-weight: bold;font-size:100%;" >Abençoada meia de leite</span>.<span style="font-size:85%;"> Mexe-prova-saboreia-pousa.</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-43406931445617605562009-06-04T15:42:00.000-07:002009-06-22T04:59:06.759-07:00...8,9,10. Aqui vou eu!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://fotocache01.stormap.sapo.pt/fotostore02/fotos//d0/3d/0c/1627373_qOsPY.jpeg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 318px; height: 255px;" src="http://fotocache01.stormap.sapo.pt/fotostore02/fotos//d0/3d/0c/1627373_qOsPY.jpeg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Perdi a minha infância a jogar às escondidas. Eu era boa, era mesmo. Sabia sempre os melhores esconderijos. Encolhia-me num recôndito qualquer, de joelhos ao peito e respirava baixinho. "Inêeeeeees?". <span style="font-size:78%;">A Inês não está cá. Está no mundo dela, a ouvir um arco-íris sussurrar-lhe memórias pueris.</span> "Só falta a Inês. Onde está a Inês?". Eu ria-me, debaixo do lava-louça.<br />Um dia fartei-me. Apercebi-me de que queria jogos de meninas grandes e que as escondidas era para gente miúda. Cortei as tranças.<br />Hoje dava tudo para ainda caber debaixo do lava-louça. Dava tudo para ainda ter idade para jogar às escondidas.<span style="font-size:78%;"> Dava tudo para voltar a ser criança</span>. Preciso tanto de um buraco apertado onde me encolher <span style="font-size:78%;">(caramba, já não caibo em lado nenhum)</span>. Maldita a hora em que deixei de ser menina. Tenho saudades do bibe amarelo.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Como era? 1,2,3 Inês não salva ninguém?</span></span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com16tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-76242803435506865572009-05-20T14:50:00.000-07:002009-05-20T15:02:30.874-07:00Perdão<div style="text-align: justify;">Não desapareci. A todos aqueles (eina tantoooooooos!!!!!) que têm esperado pacientemente por mais um rascunho amarrutado de palavras soltas, não desesperem. Vivem-se tempos difíceis por aqui. Mal há tempo para tirar as remelas do canto do olho!<br />Mas a revolução aproxima-se. E com ela, palavras bonitas e olhos lavados.<br />Abraços.</div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-47990679796197117342009-04-17T15:10:00.000-07:002009-04-17T15:18:01.579-07:00Conversas de jardim<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Sej_XiU3eYI/AAAAAAAAAKM/N3Y8JSiLnb8/s1600-h/laugh_by_PeeMpek.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 240px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Sej_XiU3eYI/AAAAAAAAAKM/N3Y8JSiLnb8/s320/laugh_by_PeeMpek.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5325787339182012802" border="0" /></a>"Um dia vou ser feliz, não vou?"<br />"Pode ser já hoje."<br />"Hoje não. Tenho uma comichão danada no dedo do pé."<br />"E isso impede-te de ser feliz?"<br />"Não. Mas impede-me de correr toda nua pelos prados a proclamar a minha felicidade."<br />"És miserável, sabias?"<br />"Mas um dia vou ser feliz."Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-20501502330857807412009-04-17T14:51:00.000-07:002009-04-17T15:09:29.446-07:00Momento Oreo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Sej9wEqrqEI/AAAAAAAAAKE/n7AfB1Hq1UQ/s1600-h/Oreo_routine_by_blackgiraffe.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 214px; height: 320px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/Sej9wEqrqEI/AAAAAAAAAKE/n7AfB1Hq1UQ/s320/Oreo_routine_by_blackgiraffe.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5325785561693923394" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><br />Dou por mim a pensar em como deixei de ser capaz de apreciar pequenos momentos da vida. Momentos bonitos que derretem na alma como chocolates na boca. Falta de tempo? (Tretas.) Falta de inspiração, talvez. Mas sinto-me um tanto vazia sem eles. Sem o prazer de passar as mãos por um caderno novo a cheirar a fábrica, ou sem o<span style="font-style: italic;"> baque-baque</span> de um coração apaixonado. Sem...morangos com iogurte.<br />Um dia alguém me disse que "A vida são pormenores. A verdadeira felicidade não dura mais que uma hora!". Virei costas e roí o lábio superior numa tentativa de esconder o riso. Agora, no embalo das minhas quatro paredes soturnas e da minha música de cabeceira dou-lhe razão.<br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">Mas o que me faz mesmo falta neste momento é uma Oreo para molhar no leite.</span></span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-61523544850109224232009-04-03T09:51:00.000-07:002009-04-03T11:09:09.856-07:00Rotina matinal<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://th09.deviantart.com/fs36/300W/f/2008/265/1/3/137d14f759575ed436d0a0e020ebfa6f.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 300px;" src="http://th09.deviantart.com/fs36/300W/f/2008/265/1/3/137d14f759575ed436d0a0e020ebfa6f.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-weight: bold;"></span><br />Acordo com um beijo frio na testa, ao som de três notas desafinadas de guitarra. Os meus pés descalços despertam o chilrear da madeira e assobio um acompanhamento improvisado em mi maior. Passeio o corpo semi-nú pela casa e dou pequenos goles no leite frio, simples. Sento-me em frente ao armário aberto e passo as costas das mãos pela roupa, como quem percorre as teclas de um piano, até saber o que me apetece vestir. Normalmente, opto por vestir o que a minha mãe chama de "Roupa sem jeito nenhum"; <span style="font-style: italic;">tradução: fato de treino velho e sujo.</span><br />- Vou lá fora!<br />- Fazer o quê?<br />- Correr por aí.<br />E vou. Desejo poder fechar os olhos enquanto corro, sentir cada osso dos pés pousar no asfalto, ouvir cada uma das milhões de recções que ocorre em cada uma das milhões de células do meu corpo. Sentir o sangue a banhar os tecidos musculares. Observar como o peso se distribuiu uniformemente pelos membros que baloiçam com o vento gélido matinal. <span style="font-style: italic;">Inspira, expira</span>. Não há senão um corpo livre e despreocupado, até que as pernas me doam tanto que tenho de cair para a relva molhada de orvalho.<br />As manhãs sabem-me bem. Prefiro-as como leite: frias, simples.<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-59989941407919237842009-04-02T07:57:00.001-07:002009-04-02T07:57:46.725-07:00Há pessoas que me enojam.Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-1124112898709095762009-03-21T04:15:00.000-07:002009-03-21T04:50:28.530-07:00Bang bang (My baby shot me down)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/ScTRliwTRQI/AAAAAAAAAHU/2IxOEQqWYvE/s1600-h/Love_Violently__Kill_Tenderly_by_JulianGraves.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 191px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/ScTRliwTRQI/AAAAAAAAAHU/2IxOEQqWYvE/s320/Love_Violently__Kill_Tenderly_by_JulianGraves.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5315603903118787842" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="color: rgb(51, 51, 255);">"Vamos juntos?"</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">"Vou depois. Fico aqui com ela. Importas-te?"</span><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);">(BANG BANG BANG)</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 255);">"Não, claro que não."</span><br /><br /><span style="color: rgb(102, 51, 255);">Continuo a andar com o passo apressado. Ao chegar ao portão branco seco as lágrimas com um "Não sejas palerma" escrito na palma da mão. Amanhã é outro dia, certo? </span><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);">(O passeio enche-se com o escarlate do meu sangue. Sinto os cabelos peganhentos e os lábios sujos. Os tacões passam-me ao lado e ninguém me oferece a mão, ninguém chama a ambulância. Deixam-me a morrer no chão.)</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-18558998262486372862009-02-25T13:37:00.000-08:002009-02-25T14:12:16.665-08:00Para sempre<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://th09.deviantart.com/fs28/300W/i/2008/066/7/8/The_Bed_by_AlexanderB.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 433px;" src="http://th09.deviantart.com/fs28/300W/i/2008/066/7/8/The_Bed_by_AlexanderB.jpg" alt="" border="0" /></a>- Não olhes assim para mim. É só hoje...<br />- Mas porquê?<br />- Ando a ter pesadelos. Acordo sem saber onde estou, cansada, lavada em lágrimas e suor, lágrimas de suor. Acho que me vai fazer bem sentir o calor da tua respiração, ter os teus braços como escudos à volta da minha cintura. Até podias cantar para mim.<br />- Rejeitaste o meu amor durante anos.<br />- Foi, desculpa. Mas eu amo-te. É tarde demais?<br />- Não, nunca. Vou sempre amar-te.<br />- Eu sei, mãe. Deixas-me ou não dormir contigo?<br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-71872879543559459482009-02-16T15:03:00.000-08:002009-02-16T15:38:53.808-08:00Antídotos<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SZn45sLCLlI/AAAAAAAAAG8/AkmXRUUPmq4/s1600-h/MUSIC_WAS_MY_FIRST_LOVE_by_xemotearzx.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 306px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SZn45sLCLlI/AAAAAAAAAG8/AkmXRUUPmq4/s320/MUSIC_WAS_MY_FIRST_LOVE_by_xemotearzx.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303543706199141970" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet ms;font-size:100%;" ><span><a name="topo"><span style="color:#005100;">Queres a minha boca? Os meus braços? As minhas pernas? São tuas. O meu nariz? Os meus dedos? Serve-te, são teus. Mas deixa-me os ouvidos. Consome toda a podridão do meu corpo, abandona num beco os meus restos (i)mortais, delicia-te com as minhas entranhas e rói-me os ossinhos. Mas, por favor, deixa intactos os meus ouvidos. Porque na ausência de música, nem o mais forte dos ansiolíticos cura o meu nervosismo demente. Permite-me que ouça as minhas "drogas leves", só enquanto espero pelo que vem (mais um bocadinho).</span></a></span></span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;font-size:100%;" ><span><a name="topo"></a></span></span></div><span style="font-family: trebuchet ms;font-size:100%;" ><span><a name="topo"><span style="color:#005100;"><br /></span></a></span></span>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com15tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-71717566137013551022009-02-09T13:30:00.000-08:002009-02-09T15:50:41.529-08:00Que cor é hoje?<a href="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SZDAgH_3l7I/AAAAAAAAAF8/Qpd6vAmTIXk/s1600-h/find_the_colour_by_toko.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300948419550353330" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SZDAgH_3l7I/AAAAAAAAAF8/Qpd6vAmTIXk/s320/find_the_colour_by_toko.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Há dias cinzentos, </span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Sem cheiro, sem sabor,</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Em que perguntas aos ventos, num sopro,</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Se podem varrer a tua dor</span></div><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias verdes,</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Estranhos, quietos,</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Que aparecem do nada</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Para nos rasgarem os peitos abertos</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias amarelos,</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Parecem trazer alegria</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas a única memória que deles ficam</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">São cigarros e dez copos de sangria</span></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Dias brancos, és quietude</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias vermelhos, és paixão</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias roxos, és a ressaca da loucura </span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Que tentou afogar a solidão</span></div><br /><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias negros,</span></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Dias reais.</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Acordas de manhã</span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">E descobres que não queres viver mais.</span><br /></div><div><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">E porque hoje é cor-de-rosa</span><span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Escrevi em versos<br />O que só se expressa em prosa.<br /><br />(Isto, é no que dá a melancolia: </span><br /></div><div><span style="font-family:trebuchet ms;">Os parvos choram<br />E os tolos escrevem poesia)</span></div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span> </div><div><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:78%;color:#3333ff;">De que cor foi o teu dia hoje?</span></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com11tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-76965805641527031412009-02-03T15:30:00.000-08:002009-02-03T15:49:12.373-08:00Upside down<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SYjX2ViakOI/AAAAAAAAAFc/791MDAvuBog/s1600-h/Upside_Down_by_Pinkmango77.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 241px; height: 320px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SYjX2ViakOI/AAAAAAAAAFc/791MDAvuBog/s320/Upside_Down_by_Pinkmango77.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298722290095788258" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Hoje vou ser do contra. Vou usar as meias nas orelhas e as calças nos braços. Pintar as unhas com batôn e encher de rímel as pontas do cabelo. Vou andar com as mãos e correr com os cotovelos, atravessar a estrada pelo risco contínuo. Talvez lanche à hora do jantar e durma quando me tenho de levantar. Só para ser diferente, o meu coração vai bater do lado direito do peito.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A melancolia vai-me dar vontade de rir e as piadas far-me-ão chorar. Se me vires por aí, manda-me assobiar, que devo estar calada de tanto cantar.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Ejoh uov res od artnoc. </span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Apetece-me! Cansei-me de ser fiel ao padrão estrutural comum.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">"Hei-de morrer de catarro nas unhas</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">ou de dor de estômago nas orelhas.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Até já me doem os joelhos</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">De coçar as sobrancelhas"</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-11462477482503561702009-02-02T15:26:00.000-08:002009-02-02T16:02:27.919-08:00Alta competição<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SYeJDI1gvqI/AAAAAAAAAFE/NXb6gxl1X4c/s1600-h/RUN_by_WiciaQ.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SYeJDI1gvqI/AAAAAAAAAFE/NXb6gxl1X4c/s320/RUN_by_WiciaQ.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298354173629218466" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold;">Corre, corre. Não pára, não olha, não abranda</span>.</span> <span style="font-family:trebuchet ms;">Este és tu. Esta sou eu. Este é o mundo.<br />Somos todos atletas, queremos todos uma medalha, um lugar no pódio. Os nossos treinos diários envolvem quedas, envolvem sangue, envolvem lágrimas de suor que o esforço espremeu. Vemos a meta, ao longe, e </span><span style="font-style: italic;font-family:trebuchet ms;" >sprintamos. </span><span style="font-family:trebuchet ms;">Mas, ironicamente, ela parece tremer cada vez mais longe. Começamos a sentirmo-nos fracos, sedentos, famintos da vitória que nos tínhamos prometido a nós mesmos...e nada nos impede de continuar. Estamos na pista para vencer e morreremos a tentar.</span> <span style="font-family:trebuchet ms;">Surdos, semi-cegos e mudos, <span style="font-weight: bold;">corremos. </span><br /><span style="font-weight: bold;">Não paramos. Não, não olhamos</span>. <span style="font-weight: bold;">E por não abrandarmos</span> não nos damos conta de que os outros atletas ficaram para trás. Desistiram, caíram. Alguns ainda nos tentam acompanhar, acabando por desistir. E então morre o jogo. Sem adversários deixa de haver competição. Sem competição, o prémio deixa de ter sentido. Sem prémio, deixamo-nos desmaiar no chão e ficamos na demência.</span> <span style="font-family:trebuchet ms;"><br />Com sorte, alguém que nunca deixou de nos seguir chama uma ambulância.</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-39888935367619764482009-01-27T14:15:00.000-08:002009-01-27T14:58:35.884-08:00Na ponta dos pés<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://th04.deviantart.com/fs37/300W/f/2008/280/3/1/Ballet_school_by_andreydubinin.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 300px;" src="http://th04.deviantart.com/fs37/300W/f/2008/280/3/1/Ballet_school_by_andreydubinin.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Uma última pirueta, dois alongamentos e a aula acabou. Para ela não. Depois do suor e dos insultos, depois das cãimbras e feridas nos pés, depois das quedas e nódoas negras ela fica a sós com o espelho. Nua e descalça dança ao som dos seus próprios passos enquanto o resto do mundo fuma um cigarro. Agora caiu... Já está de pé.</span> <span style="font-family:trebuchet ms;"><br />No mais íntimo de todos os movimentos, os seus membros moldam-se à dor que quase não sente. O corpo arqueado, as linhas perfeitas e a elegância dos gestos pueris enchem o estúdio de sustenidos e bemóis para formar uma escala desconhecida. Não há ninguém. É como se dançasse no fundo do mar: os braços envolvem a água e os pés beijam a areia; um diálogo de sensualidade entre ela e o infinito.</span> <span style="font-family:trebuchet ms;"><br />O tempo passa, os músculos morrem e ela deixa de poder dançar. Mas ainda é bailarina. Lá fora, os cigarros apagam-se. E eles acendem outro.</span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-9485360480257311392009-01-20T13:44:00.000-08:002009-01-20T14:51:54.680-08:00Turistas de armário<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SXZOlD1n6KI/AAAAAAAAAD0/zS_1zcfc2j4/s1600-h/the_monster_in_your_closet__by_iiambic.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 177px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_7z7SFk549Rc/SXZOlD1n6KI/AAAAAAAAAD0/zS_1zcfc2j4/s320/the_monster_in_your_closet__by_iiambic.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5293504810612943010" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span style="font-size:100%;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Devagar, bem devagarinho, caminho nos nós dos dedos, não vá ele ouvir-me. A cada passo, a madeira chora o peso dos meus pés e eu rezo para que ele ainda esteja a dormir. Estico o braço para abrir a porta, "É agora. Não sejas cobarde. Um, dois três!". Nada. Espreito entre as fendas dos dedos que escondem o meu olhar marcado, de quem não dorme por terror. Não há sinal dele. Sinto um martelar compulsivo e regular no peito enquanto vasculho por vestígios da sua estadia. Nem uma dedada. <span style="font-weight: bold;">O monstro do armário não me veio visitar hoje.</span></span> <span style="font-family:trebuchet ms;">O meu peito liberta-se, assim, de três quilos e meio. Lágrimas de alívio escapam-me e molham os meus lábios quentes. Dou por mim na janela a gritar que estou livre.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Festa despropositada.<span style="color: rgb(153, 102, 51);"> </span><span style="color: rgb(153, 102, 51);">Se calhar, o monstro foi só lanchar.</span></span></span><br /></div>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8010045322325910876.post-40387830439430705282009-01-07T14:11:00.000-08:002009-01-07T14:42:26.309-08:00Um dia destes...<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://th00.deviantart.com/fs11/300W/i/2006/170/5/c/Swing_by_Bella_RMS.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 300px; height: 395px;" src="http://th00.deviantart.com/fs11/300W/i/2006/170/5/c/Swing_by_Bella_RMS.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><span style="font-family: trebuchet ms;">Um dia destes vou amar-te.</span><br /></span></div><span style="font-size:85%;"><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou despir-me de tudo o que é meu, para que meu sejas só tu.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou deixar que o recôndito mais profundo do meu coração se alimente de ti, só de ti.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou viver numa verdadeira quimera de sonhos e fantasia.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou permitir-me chorar por ti.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou andar contigo de mãos dadas pela Lua.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou segredar-te a história da Carochinha até adormeceres.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou lançar-me de uma montanha só para te ouvir gritar "Não! Não vás! Eu AMO-TE!".</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou adormecer no teu peito nú.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou pagar ao melhor perfumista para que isole num frasco o teu cheiro.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou beijar-te debaixo de uma tempestade tropical.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Vou ser feliz.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Chama-me louca.</span><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">Um dia destes chamo-te mentiroso.</span></span>Zitahttp://www.blogger.com/profile/12836414421635277793noreply@blogger.com6