8.9.09

O fado nosso de cada dia


Chiu...Está a dar música no meu peito. Ouço o seu eco na minha mente semi-vaga. O silêncio é a minha inspiração. O escuro, a minha pauta. Sou a maestrina e marco o compasso vigorosamente dando sacudidelas no ar pesado. Entram agora os violoncelos que choram notas graves. O piano repete a melodia de base éne vezes à medida que os dedos finos e compridos deslizam pelo preto e branco.
Estão a tocar-te, ouves?. O contrabaixo marca os teus passos, os violinos desenham os teus cabelos. Ah, o clarinete...os teus olhos-de-avelã. O flautim guincha pelos teus lábios doces (eu decorei-lhes o sabor) e tudo se cala quando chega a tua voz de solista.
És a mais bela das óperas. Ou serás fado? És fado. Posso acompanhar-te? Prometo ser afinada. Dá-me um lá. Dá-me a mão. E agora silêncio que se vai cantar o fado.

5 comentários:

Angela Ferraz disse...

se isso era um elogio, e dos bons, o meu obrigada :)

quanto ao fado, respeita-se e sente-se, ainda mais fundo que a musica que ha dentro do teu peito e do teu morango no pescoço*

Maria disse...

Tu sabes tudo. []

J' disse...

Que melodia perfeita...

Afonso Arribança disse...

Tão bonito :D

Mara disse...

Achei um must :O