Uma última pirueta, dois alongamentos e a aula acabou. Para ela não. Depois do suor e dos insultos, depois das cãimbras e feridas nos pés, depois das quedas e nódoas negras ela fica a sós com o espelho. Nua e descalça dança ao som dos seus próprios passos enquanto o resto do mundo fuma um cigarro. Agora caiu... Já está de pé.
No mais íntimo de todos os movimentos, os seus membros moldam-se à dor que quase não sente. O corpo arqueado, as linhas perfeitas e a elegância dos gestos pueris enchem o estúdio de sustenidos e bemóis para formar uma escala desconhecida. Não há ninguém. É como se dançasse no fundo do mar: os braços envolvem a água e os pés beijam a areia; um diálogo de sensualidade entre ela e o infinito.
O tempo passa, os músculos morrem e ela deixa de poder dançar. Mas ainda é bailarina. Lá fora, os cigarros apagam-se. E eles acendem outro.
No mais íntimo de todos os movimentos, os seus membros moldam-se à dor que quase não sente. O corpo arqueado, as linhas perfeitas e a elegância dos gestos pueris enchem o estúdio de sustenidos e bemóis para formar uma escala desconhecida. Não há ninguém. É como se dançasse no fundo do mar: os braços envolvem a água e os pés beijam a areia; um diálogo de sensualidade entre ela e o infinito.
O tempo passa, os músculos morrem e ela deixa de poder dançar. Mas ainda é bailarina. Lá fora, os cigarros apagam-se. E eles acendem outro.
4 comentários:
Dá-me a tua mão. Formamos e um par e dançamos até o anoitecer.
Bailarina para sempre .
Nem que seja apenas por moemntos de lembrança.
Como a vida é dificil.
Let's dance!
(Além da cerveja, uns "minuins" ou uns tremoços :P E outra coisa que faz do homem português único: rir-se com programas de apanhados.)
Wilson, prazer :)
Só me ajeito no tango e já é um sacrifício danado. Muito obrigado Mintolita! Vou passando pelo teu blogue, está prometido.
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